segunda-feira, 29 de agosto de 2011

M - Capítulo Três


Eu segurava entre os dedos a aliança de casamento dela, a aliança que nunca usava durante as aulas mas que todos professores sabiam que ela era casada. Toda gente excepto os alunos, ela não falava sobre a sua vida pessoal, simplesmente refugiava-se entre as paredes de uma sala de aula, na vontade de ensinar. Isso deixava-lhe feliz.
- Porque não a usas?
- Só a uso quando chego a casa, mas meu menino isso não te diz respeito.
Será que o marido lhe batia ou traía? Homens deste tipo são uns cobardes ou uns verdadeiros cabrões, comprometessem a algo que não vão cumprir, ao menos tinham a coragem de serem sinceros e contar a verdade, ou então não serem uns fracos por ferir as suas mulheres. Era assim que eu pensava, suave linha de pensamento que nunca iria alterar para o resto da minha vida.

M - Capítulo Dois


Os meus olhos começaram-se abrir, que é isto? Onde estou? Que sonho mais estranho. Perguntava-me vezes sem conta se terei sonhado, começava a ver um rosto a construir-se diante dos meus olhos.
- Onde é que estamos?
- Na enfermaria da escola.
- Porquê?
- Digamos que desmaiaste, o médico disse que ias ficar bem.
- Desmaiei?
- Sim, mas tive um sonho bastante estranho, eu e a…
- Acredita que foi bastante real.
- …
Ela beija-me bochecha e sussurra-me ao ouvido:
- Vai ter comigo ao meu carro depois das aulas, mas não deixes que ninguém te siga.
- Penso que seja melhor você ir ter comigo lá acima, eu escrevo-lhe as indicações no papel.
- Está bem, és um amor. - Assim foi, terminaram as aulas nesse dia e agora ia a caminho de casa, lá estava ela com o carro estacionado no parque um pouco ao pé da minha casa. Pediu-me para entrar. Sentei no banco ao lado dela.
- Hum, vejo que ainda não reparaste que o que aconteceu foi bastante real, ora repara nos teus boxers.
- Deixa-me só descer as calças.
- Sim, porque temos de acabar o que começámos, mas não aqui.
- Provocadora que tu és, esses olhos, esses lábios, o teu corpo, gostaria que fosses minha para sempre.
- Já aí vamos, primeiro vamos terminar o que começámos, é que certamente não me podes deixar ir embora com esta sede, pois não?
- ...
Ela queria terminar aqui no meio deste parque, dentro do seu carro à vista de todos, contudo a rua encontrava-se vazia, não se via ninguém, só se via as nuvens, as folhas, a passar e a voar. Ouvia-se o som do vento. Amanhã vai chover, pensei eu.
Com uma das mãos estimulava-me os testículos, com a outra tocava-se por cima das calças de ganga, ela não podia as tirar, era um perigo. A sua língua subia e descia o meu “pau”, por vezes, dava-lhe beijos com todo o afecto do mundo, por outras roçava os seus dentes na ponta e eu soltava uma pequena gargalhada. Cócegas, quem é que tem cócegas em tal sítio? Eu sabia bem a resposta à minha pergunta, era eu logicamente.
- Cócegas? És o primeiro que encontro assim. – Sorriu para mim.
Continuou afundar os lábios até me ejacular na sua boca, quando me vim foi uma excelente sensação. Estava satisfeito. Ela levantou-se e engoliu o esperma, encostou-se no banco e descansou um pouco. Por sua vez, eu puxei os boxers, depois as calças, vesti-as e apertei-as com o cinto.
Nesse momento notei em algo brilhante, que estava posto num pequeno espaço por baixo do leitor de cd’s , nesse buraco encontrava-se uma aliança.
- Posso tratar-te por tu?
- Podes, mas só fora da escola, só neste tipo de ocasiões sim?
- Está bem, posso-te fazer uma pergunta delicada Mafalda?
- Sim, não há problema nenhum.
- Gostaste? – Não era esta a pergunta que eu queria fazer mas sentia-me nervoso.
- Temos que continuar, pelo menos até ao fim do ano.
- Fim do ano?
- Tens que aprender a diferenciar os sentimentos dos prazeres.
- Então diz-me o que é isto?
- És suficientemente perspicaz para saber o que isso é.
- Mas és?
- Sou.

sábado, 20 de agosto de 2011

M - Capítulo Um

  Encontrava-me a adormecer na gigante sala de aula: dez minutos após ter entrado. Sentei-me no meu lugar, ao pé da porta, longe do quadro, longe dos meus colegas. Estava demasiado cansado nessa manhã. Tinha passado a noite a acabar de ler um estranho livro, e quanto mais o lia, mais o queria ler. Os livros começavam a fascinar-me cada vez mais, lia pouco mas agora até a minha escrita se tinha tornado compulsiva.
               Ouvi os seus passos a caminhar na minha direcção: aquele andar não enganava ninguém, era único no mundo, pelo menos eu conseguia imaginar o seu belo quadril, perfeitamente anatómico, podia calcular na minha cabeça as suas belas nádegas, estas por sua vez eram mais salientes nas calças de ganga. «Oh! Que bom! Que mulher!»
               Senti o seu aroma e ela chama-me pelo meu nome:
               - Anthony, passa-se alguma coisa?
           - Hmmm?, estava ensonado e os meus olhos mal se tinham aberto, contudo o seu perfume já se encontrava nos meus pulmões:
- «Oh! Que bom era ter-te!», pensei eu.
- Estou bem, passei a noite a ler e agora é isto setôra, disse eu.
- Hoje é melhor fazeres os possíveis para manteres os olhos abertos, vamos começar uma matéria nova e já devias de saber que dormir é lá fora.
Ela só estava a fazer passar-se por rude, uma boa professora. Mas a mim, certamente, não me apetecia ter agora Matemática, fórmulas para aqui, para acolá. Logaritmos, era a última matéria do ano. Lá começámos.
Contudo, eu vidrava o meu olhar na mulher que se mexia, e que explicava todas as fórmulas para todos os cálculos do tal assunto. Os seus lábios pouco grossos, encontravam-se hoje avermelhados pelo bâton, a sua camisola decotada mais o seu soutien realçavam o seu belo peito. «Bons atributos. Para quem só vai um pouco à frente da casa dos quarenta encontra-se numa boa forma.»: pensei eu.
- Anthony, vem ao quadro resolver o problema.
- Setôra, eu… eu… nã… não. Estava distraído, não pode ir outro?
- A dormir não é verdade? Só espero que não se comece a tornar habitual. Eu dou-te uma mãozinha.
Para mim, isso foi o entrar numa fantasia mais perversa, uma mão? Sua? Já sentia o seu imaginável toque. Sentia-me bem, satisfeito. Era por isso que não me queria levantar, de um momento para o outro as calças apresentavam uma grossa e comprida forma. Nada de outro mundo, mas para um rapaz no meio de uma aula, era uma situação delicada levantar-se e caminhar.
Meto a mão entre os boxers, puxo o pénis para cima de maneira a ficar preso nas calças e diminuir o “excessivo” efeito nas calças. Paro de pensar sobre o assunto nos milésimos de segundos que decorreram entre levantar-me e dirigir-me ao quadro, e uma forma de ninguém notar a delicada situação em que me encontrava. Cheguei ao quadro e eu mirei-a pelo canto do olho, o meu coração parecia o motor de um carro que tinha acabado de se ligar, fustigava sangue em todas as direcções, o suor começava a escorrer e o meu pensamento afundava-se nela.
- Anthony, tens aí uma coisa mal…
Uma coisa mal? Meu deus, ela como é que ela reparou?
- … no exercício.
Suspirei eu e todos os meus músculos, que alívio.
- Sim, já reparei, vou corrigir imediatamente.
- No fim da aula preciso de falar consigo.
O nervosismo acentuou-se, e eu encontrava-me num estado de timidez absoluta: o que ela queria falar comigo? Ela nada tinha visto, pensava eu. O óleo do meu corpo tinha subido à superfície, estava totalmente vermelho.
Deu o toque, levantei-me e arrumei as coisas, queria era fugir dali: só que o sono, a porcaria do sono fez com que eu adormecesse acordado por uns breves momentos, quando me ia embora, ouvi uma voz dizer:
- Fecha a porta, se faz favor.
Era a sua voz doce, vindos dos seus lábios amorangados. Ela disse-me ainda que eu não podia adormecer mais nas aulas e que devia de me empenhar mais, ao qual eu respondi:
- Sabe bem que eu tento, que mais vale tentar do que desistir, mas hoje estava assim.
- Vou-te indicar um bom livro de exercícios para poderes praticar em casa, pode ser?
Eu encontrava-me de pé, ao lado da sua secretária. Dali eu podia ver o decote, os seus óptimos seios, os seus intensos lábios vermelhos, o mais bonito castanho dos seus olhos. Uma mulher, tal e qual como eu gostaria de ter. Mas maior parte das raparigas de hoje, apresentam uma beleza que não lhes pertence, são um conjunto excessivo de cremes, pinturas. Perante esta bela mulher, eu podia ver a diferença do que era bom e único do que seria sempre igual.
A minha mão caminhava na direcção da dela, devagar, devagarinho. Até que…

sábado, 13 de agosto de 2011

Laura

Procuro o rasgar das palavras em busca dos teus lábios, as mãos paradas de encontro ao teu corpo, o cruzamento perpétuo de olhares, a aceleração dos nossos movimentos, do batimento cardíaco, da respiração. Mas não, encontro-me aqui a olhar para ti no meu rico “puff” a ver-te dormir, a rasgar folhas cheia de erros, vírgulas a mais, pontos finais a menos, falas por acabar, histórias a perder o sentido, tudo para não deixar a imaginação a fugir.
Imagino-me a encostar-te à parede, virar-te de costas, subir as minhas mãos até às tuas mamas, beijando e sussurrando ao teu ouvido, no processo mordo-te ao pouco o pescoço, depois ferro os teus nele como tu gostas, gemes e gemes.
Violentamente reviro-te, enquanto esses olhos azul do mar se perdem sobre os meus amargos castanhos. Rompo a tua t-shirt e contemplo o teu superior nu, como nunca o vira, os teus seios entesados, pedem para que os beije e que te observe excitada.
A minha mente encontra-se num estado de corrupção inimaginável, o lápis desliza sobre o papel e só por si já faz escorrer tinta, uma página cheia torna-se em duas rapidamente, o sangue flui, o suor escorre…
Levanto-me e digo-lhe:
-Agora...
Ela ataca-me sem nada dizer: entrelaçando a língua na minha boca, trincando-me os lábios, retirando-me a camisola e com uma mão fez correr as unhas nas minhas costas, que dor num momento de prazer, com a outra ela desceu até às minhas calças, desapertando-as, tirando o cinto, cada vez mais próxima aquela mão, e eu…
Estava cada vez mais teso. Aquela rapariga: rebelde, de cabelo castanho, com maçãs do rosto suaves, com um sorriso lindo e uns olhos especiais, cativaram-me e eu não sabia a razão, simplesmente penetraram-me atenção e eu segui o seu aroma, até que me dei de caras com ela. Agora encontrávamo-nos a sós, no meu quarto, ela sobre a minha cama a dormir e eu louco por ela.
 O calor, o momento, a excitação, o prazer, os beijos, as carícias, tudo isso iria culminar em sexo, já não havia forma de parar por mais que quisesse, ela queria-me com todo o desejo e eu só fui de encontro ao que ela desejava.
Fez descer as minhas calças, meteu a mão esquerda entre os meus boxers e puxou a pele devagar, devagar, de momento a momento foi apertando com um pouco mais de força, até estar quase perfeito, perfeito para ela baixar-se, deslizar os lábios já espalhados pelo meu corpo até ao meu pénis. Lá ia ela lentamente… Sabia bem, o movimento da sua boca para a frente e para trás, por vezes calmamente de forma a sentir a sua língua tocar na cabeça e sentir aquele prazer todo, por outras ferozmente para me deixar louco de excitação.
Ela sabia muito bem o que estava a fazer, ela sabia para o que me queria. Acordei no dia a seguir, encontrava-me deitado na cama e ela já tinha partido, o quarto estava uma bagunça total, garrafas de vodka por todo o lado, a caixa de cigarros em cima da secretária, as folhas rasgadas por todo o quarto, e eu nu a pensar: “Desde que tinha tocado nos teus lábios Laura, sempre soube que tinhas sido mal amada, tal como eu.”