Encontrava-me a adormecer na gigante sala de aula: dez minutos após ter entrado. Sentei-me no meu lugar, ao pé da porta, longe do quadro, longe dos meus colegas. Estava demasiado cansado nessa manhã. Tinha passado a noite a acabar de ler um estranho livro, e quanto mais o lia, mais o queria ler. Os livros começavam a fascinar-me cada vez mais, lia pouco mas agora até a minha escrita se tinha tornado compulsiva.
Ouvi os seus passos a caminhar na minha direcção: aquele andar não enganava ninguém, era único no mundo, pelo menos eu conseguia imaginar o seu belo quadril, perfeitamente anatómico, podia calcular na minha cabeça as suas belas nádegas, estas por sua vez eram mais salientes nas calças de ganga. «Oh! Que bom! Que mulher!»
Senti o seu aroma e ela chama-me pelo meu nome:
- Anthony, passa-se alguma coisa?
- Hmmm?, estava ensonado e os meus olhos mal se tinham aberto, contudo o seu perfume já se encontrava nos meus pulmões:
- «Oh! Que bom era ter-te!», pensei eu.
- Estou bem, passei a noite a ler e agora é isto setôra, disse eu.
- Hoje é melhor fazeres os possíveis para manteres os olhos abertos, vamos começar uma matéria nova e já devias de saber que dormir é lá fora.
Ela só estava a fazer passar-se por rude, uma boa professora. Mas a mim, certamente, não me apetecia ter agora Matemática, fórmulas para aqui, para acolá. Logaritmos, era a última matéria do ano. Lá começámos.
Contudo, eu vidrava o meu olhar na mulher que se mexia, e que explicava todas as fórmulas para todos os cálculos do tal assunto. Os seus lábios pouco grossos, encontravam-se hoje avermelhados pelo bâton, a sua camisola decotada mais o seu soutien realçavam o seu belo peito. «Bons atributos. Para quem só vai um pouco à frente da casa dos quarenta encontra-se numa boa forma.»: pensei eu.
- Anthony, vem ao quadro resolver o problema.
- Setôra, eu… eu… nã… não. Estava distraído, não pode ir outro?
- A dormir não é verdade? Só espero que não se comece a tornar habitual. Eu dou-te uma mãozinha.
Para mim, isso foi o entrar numa fantasia mais perversa, uma mão? Sua? Já sentia o seu imaginável toque. Sentia-me bem, satisfeito. Era por isso que não me queria levantar, de um momento para o outro as calças apresentavam uma grossa e comprida forma. Nada de outro mundo, mas para um rapaz no meio de uma aula, era uma situação delicada levantar-se e caminhar.
Meto a mão entre os boxers, puxo o pénis para cima de maneira a ficar preso nas calças e diminuir o “excessivo” efeito nas calças. Paro de pensar sobre o assunto nos milésimos de segundos que decorreram entre levantar-me e dirigir-me ao quadro, e uma forma de ninguém notar a delicada situação em que me encontrava. Cheguei ao quadro e eu mirei-a pelo canto do olho, o meu coração parecia o motor de um carro que tinha acabado de se ligar, fustigava sangue em todas as direcções, o suor começava a escorrer e o meu pensamento afundava-se nela.
- Anthony, tens aí uma coisa mal…
Uma coisa mal? Meu deus, ela como é que ela reparou?
- … no exercício.
Suspirei eu e todos os meus músculos, que alívio.
- Sim, já reparei, vou corrigir imediatamente.
- No fim da aula preciso de falar consigo.
O nervosismo acentuou-se, e eu encontrava-me num estado de timidez absoluta: o que ela queria falar comigo? Ela nada tinha visto, pensava eu. O óleo do meu corpo tinha subido à superfície, estava totalmente vermelho.
Deu o toque, levantei-me e arrumei as coisas, queria era fugir dali: só que o sono, a porcaria do sono fez com que eu adormecesse acordado por uns breves momentos, quando me ia embora, ouvi uma voz dizer:
- Fecha a porta, se faz favor.
Era a sua voz doce, vindos dos seus lábios amorangados. Ela disse-me ainda que eu não podia adormecer mais nas aulas e que devia de me empenhar mais, ao qual eu respondi:
- Sabe bem que eu tento, que mais vale tentar do que desistir, mas hoje estava assim.
- Vou-te indicar um bom livro de exercícios para poderes praticar em casa, pode ser?
Eu encontrava-me de pé, ao lado da sua secretária. Dali eu podia ver o decote, os seus óptimos seios, os seus intensos lábios vermelhos, o mais bonito castanho dos seus olhos. Uma mulher, tal e qual como eu gostaria de ter. Mas maior parte das raparigas de hoje, apresentam uma beleza que não lhes pertence, são um conjunto excessivo de cremes, pinturas. Perante esta bela mulher, eu podia ver a diferença do que era bom e único do que seria sempre igual.
A minha mão caminhava na direcção da dela, devagar, devagarinho. Até que…