segunda-feira, 7 de novembro de 2011

M - Capítulo Cinco

O calor começou a escorrer nos átomos da molécula de H2O, suspendi por um tempo a harmonia que tinha encontrado no seu corpo, deixei-a suspensa no meu pénis erecto e passei a reflectir sobre o acto, o adultério, a tontaria e talvez o erro que tinha cometido, tudo por causa de prazer.
- Oh! Que bom prazer! – Ecoava-se o som na água que corria o meu rosto.
O pensamento tinha-se partido em dois: o primeiro, se iria continuar a matar a minha carência e o segundo se tinha cometido um erro por pressentir se isto acabaria mal. Estava dividido, feliz mas triste por um lado.
Desliguei a torneira e a pequena gélida corrente de ar que ainda circulava na casa de banho foi de encontro à minha pele, e arrepiou-me todo. Puxei a cortina, o espelho estava embaciado como a minha cabeça, a dúvida, o que fazer. Fiz deslizar a toalha a todos os campos do meu corpo e num momento para o outro estava seco, limpo.
Passei o desodorizante nas axilas, enverguei os boxers, puxei as calças do pijama mas antes de vestir a camisola, senti uma pequena dor a roçar-se no pescoço, pareciam dentes a prenderem-se à carne. Rapidamente passei um pano no vidro turvado e confirmei a minha suspeita.
- Mas quando? Quando é que ela me fez isto? Como não notei? – Falava eu para o espelho. Maluco da silva tinha de arranjar uma maneira para esconder isto. Vesti a camisola e apressei-me a sair dali. Dirigi-me ao quarto e vesti o roupão.
Passei o resto do tempo ao computador, escrevi uma quintilha sobre este momento que queria guardar:
“Retirei do teu corpo o perfume,
Os teus lábios fechados, o teu olhar de insatisfação.
Em troca dei-te o meu corpo cheio de tesão,
Na tua boca, entre as tuas pernas, sexo a todo o lume.”
Sentia que me tinha entregado aquela mulher…

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