segunda-feira, 7 de novembro de 2011

M - Capítulo Cinco

O calor começou a escorrer nos átomos da molécula de H2O, suspendi por um tempo a harmonia que tinha encontrado no seu corpo, deixei-a suspensa no meu pénis erecto e passei a reflectir sobre o acto, o adultério, a tontaria e talvez o erro que tinha cometido, tudo por causa de prazer.
- Oh! Que bom prazer! – Ecoava-se o som na água que corria o meu rosto.
O pensamento tinha-se partido em dois: o primeiro, se iria continuar a matar a minha carência e o segundo se tinha cometido um erro por pressentir se isto acabaria mal. Estava dividido, feliz mas triste por um lado.
Desliguei a torneira e a pequena gélida corrente de ar que ainda circulava na casa de banho foi de encontro à minha pele, e arrepiou-me todo. Puxei a cortina, o espelho estava embaciado como a minha cabeça, a dúvida, o que fazer. Fiz deslizar a toalha a todos os campos do meu corpo e num momento para o outro estava seco, limpo.
Passei o desodorizante nas axilas, enverguei os boxers, puxei as calças do pijama mas antes de vestir a camisola, senti uma pequena dor a roçar-se no pescoço, pareciam dentes a prenderem-se à carne. Rapidamente passei um pano no vidro turvado e confirmei a minha suspeita.
- Mas quando? Quando é que ela me fez isto? Como não notei? – Falava eu para o espelho. Maluco da silva tinha de arranjar uma maneira para esconder isto. Vesti a camisola e apressei-me a sair dali. Dirigi-me ao quarto e vesti o roupão.
Passei o resto do tempo ao computador, escrevi uma quintilha sobre este momento que queria guardar:
“Retirei do teu corpo o perfume,
Os teus lábios fechados, o teu olhar de insatisfação.
Em troca dei-te o meu corpo cheio de tesão,
Na tua boca, entre as tuas pernas, sexo a todo o lume.”
Sentia que me tinha entregado aquela mulher…

domingo, 25 de setembro de 2011

Rapariga do Fogo - 3

Uma longa e curva bancada de madeira, assente sobre um terreno estéril, sem vida. Local medonho. Algumas das pessoas começavam-se a sentar, outras já se encontravam sentadas há algum tempo, estavam ansiosas para ver esta dançarina flamejante. Tal como eu queria. Ao dirigir-me para a bancada deparei-me com gente que conhecia, cumprimentei o pessoal, contudo o meu olhar dirigiu-se para um ser que se encontrava a ler.
Tinha umas lindas pernas e o seu parvo cabelo tapava-lhe o rosto. Avisei para que guardassem um lugar para mim e assim fizeram. É bom ter um grande amigo, um irmão que não é de sangue como ele. Podíamos contar um com o outro sempre que quiséssemos. Comecei a caminhar e aos poucos ela rasgava o olhar na minha direcção. Fugia à leitura para ver o que se aproximava, ocorria-me que podia estar a fazer algo estúpido, incorrecto, até porque eu não era assim. Só que fiquei curioso por ela ser a única a ler no meio de tanta gente.
Sentei-me ao seu lado e perguntei-lhe:
- Desculpa estar a ser incómodo, mas porque lês no meio desta gente e antes de um espectáculo fenomenal?
Ela lança-me um olhar esverdeado na minha pessoa. Oh caramba, não pode ser! Fingi que nunca a tinha visto, apesar da minha cara de surpreendido não conseguir esconder tal fingimento. Contudo, fez-se de despercebida.
- Leio para o nervosismo passar, gosto de ler bons romances. Mas olha que eu sei que me reconheces.
- Sim, também não era nada difícil não é? Eu também gosto de ler. Principalmente esse género de livros, porque esses permitem viver aquilo que não sou capaz de viver na vida real.
- Vocês, Homens são todos iguais, sem miolos e só pensam com a cabeça de baixo. Inventam mil e uma histórias para conquistar um troféu como uma mulher. Contudo, já houve uns há bocado que inventaram algo melhor do que tu. – Ela apontou na direcção deles e eu sorri.
- Menos mal, pensei que fosse pior. – Ela ri-se e eu também.
- Realmente, nunca pensei que alguém viesse falar comigo por causa de um livro, ao invés das minhas curvas. Desculpa se fui má para contigo.
- Não te preocupes, já é um hábito, não sou muito bom nesse tipo de coisas. Falta pouco para começar o espectáculo não é? O que vais fazer?
- Já está quase. Tens que esperar para ver.
- Assim o farei, será que depois poderíamos falar sobre o que estás a ler?
- Certamente.

M - Capítulo Quatro

Abri a porta, e revirei a cabeça para apreciar pela última vez naquele belo dia, o seu belo rosto. Sai caminhando pela rua em direcção a casa, ao longe podia ouvir a ignição dos motores a ser dada pela chave enquanto via o fumo a sair do tubo de escape a evaporar-se no céu e o carro a desaparecer na curva.
Tinha chegado a casa e a primeira coisa que fiz, foi correr em direcção ao computador e digitar o endereço da rede social que todos usavam na actualidade: www.páginasocial.pt , tinha sido fundada por um Português que investiu muito tempo a programá-la e a desenhá-la, de modo a criar uma rede social só para o povo Português. Durante um tempo foi um enorme sucesso mas depois perdeu-se para o Facebook.
Contudo, eu digitei o meu endereço de e-mail e a minha palavra-chave, fiz login, porque eu sabia ao certo que eu tinha-lhe adicionado no meu círculo de amigos, já lá iam uns belos meses. O que eu fazia para poder ver aquela mulher, vezes e vezes sem conta, de forma a passar despercebido.
Uma foto, outra foto e as imagens dos acontecimentos que tinham passado nesse dia, entravam-me na cabeça a velocidades estrondosas. O meu coração quase se rompia, novamente, de entusiasmo, mas tinha de me conter e esquecer aquilo que se passara.
Forcei a cadeira a ir para trás, de forma a poder-me levantar e afastar da secretária, daquelas imagens que já davam comigo em doido. O som do seu arrasto foi ensurdecedor, o velho chão de madeira pereceu danificado e marcado pelas pernas do assento.
- Mãe, dá uma olhada no esquentador. – O raio do esquentador por vezes tinha pancas e não trabalhava, um arranjo de cento e cinquenta euros derramados ao lixo. Mais valia tê-lo enviado para a fábrica e pagar um pouco mais pela qualidade do serviço ser cinquenta vezes melhor. De certeza que ficaria arranjado.
Dirigi-me à casa de banho, despi-me e contemplei o reflexo do meu corpo no espelho. Bombeei o meu sangue até aos meus músculos. Posei para mim mesmo, revi que zona muscular precisava de ser preenchida, treinada. Os ombros, o peito, os braços, costas, pernas, abdominais? Era a barriguinha que me faltava, o resto vinha por acertos, por treinos. Pequenas correcções.
Todos os dias repetia as mesmas poses, precisava de auto-estima, confiança para me sobrepor acima de tudo e todos. Ter força para vencer os problemas que apareciam dia após dia. O espelho começava a ficar embaciado, esqueci-me de que tinha ligado a torneira, de forma, a aquecer a água. Perdi-me no esforço que tinha de fazer para poder ficar com ela. Treinar, estudar e trabalhar.
O chuveiro fazia escorrer a água acima da minha cabeça, consequentemente pelo resto do meu corpo. O calor espalhava-se, aliviando cada milímetro de cansaço, de preguiça das minhas fibras musculares. A minha mente entrava num estado zen, ela tinha desaparecido do meu consciente, agora pensava em coisas mais importantes como a minha escrita, a minha família, as minhas ex-namoradas, os meus sonhos, os trabalhos da escola, os meus amigos, no meu desalinhamento de pensamentos, de conquistas e perdas.
De repente a água torna-se fria.
- P*ta que pariu, merda para isto, estava tão bem. – Gemi eu. Os músculos enrijecem, ela volta e por sua vez o tesão que ela me dá.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Rapariga do Fogo - 2


Eram umas vinte e uma horas, já tinha acabado de jantar. Depois de ter estado uma hora a arranjar-me para ir sair. Sai do quarto e fui perguntar à minha irmã se estava despachada, reparei mais uma vez na vela que estava no corredor, voltei a ter aquele rosto na minha cabeça, por uns breves instantes.
A minha irmã deu comigo a olhar para a vela e eu nem sequer tinha dado por ela, ou pela resposta dela. Já estava a reclamar comigo, porque tínhamos de nos despachar. Eu sou sempre a mesma coisa, lá pensei eu. Estava sempre atrasado, porque distraía-me facilmente ou então porque adormecia.
Descemos e já estava o meu melhor amigo, acompanhado pela namorada e a amiga da minha irmã, que já estavam à nossa espera há algum tempo. Tudo por culpa minha. Olhei para o relógio, um novo que tinha comprado, nada de especial. Afinal, ainda íamos a tempo do inicio do espectáculo, algo que eu não queria perder, estava irrequieto. Aquela rapariga…
Andámos uns três quilómetros a pé, com muita conversa pelo meio, umas sem pés e nem cabeça, outras que iam por acolá. Nada de outro mundo. Acabaríamos por chegar sem darmos conta. Aquele descampado estava, que se diga um “inferno”, podia andar de t-shirt se quisesse e nem apanharia uma única constipação, por mais pequena que fosse.
Na minha cabeça continuava a passear aquele rosto liso, sem falhas, perfeito. Tinha uns lábios carnudos, que daria a qualquer um uma vontade de beijar e de se perder por ali, os cabelos loiros pareciam ouro vivo, que davam riqueza ao seu olhar verde de primavera. Uma esmeralda de cabelos dourados. Tudo no seu rosto, era salientado por aquela forte chama. Não havia algo tão rico e, ao mesmo tempo, tão vivo como aquela rapariga. Eu ainda só lhe tinha visto o rosto, mas já imaginava mais ou menos como seria o seu corpo.
Não era algo que me interessava muito, mas imaginava um corpo esbelto, uma cintura um pouco larga, um peito um pouco grande e uma barriga do estilo “Danone”. Imaginava-a a dançar como se nadasse na água, com subtileza e harmonia. A fazer magia com o fogo, como se tratasse de um mágico. Só que ela dava vida, mas muita vida ao espectáculo.
Tudo fruto da minha imaginação, e oxalá eu não estivesse errado. Dirigimo-nos para a zona onde ia acontecer o espectáculo.

Rapariga do Fogo - 1


Acordei de manhã e já me encontrava atrasado para as aulas, sabia bem que não ia chegar a horas se fosse comer. Acabei só por lavar os dentes e sair de casa de forma repentina. Cheguei à escola num espaço de quatro minutos, fiz um enorme esforço para não chegar atrasado. Mas só um pouco, nada por ai além. Caminhei para a sala, e já sentia os meus pulmões a arder, porque não tinha aquecido, aliás era impossível de tê-lo feito.
Bati à porta. Pedi à professora para entrar e ela lá me deixou, apesar de ter estado a reclamar para que eu não chegasse mais tarde. Porque se não teria que fazer uns quantos trabalhos, para compensar esses pequenos atrasos.
Passado uns minutos, conseguia ouvir os meus colegas a falarem sobre um festival de pirotecnia. Onde existia uma rapariga loira, de olhos verdes, com um corpo elegante, em que se podia notar a perfeição das curvas do seu corpo e que tinha uma pequena tatuagem sobre o ombro direito, que dizia “Fire” ou Fogo.
Fiquei intrigado. Foi aí que comecei a pensar no quanto o Fogo me fascinava. Aquela chama que arde sem parar dá-nos a sensação de poder, de controlo sobre algo que não está ao nosso alcance. O quanto eu já olhei para a “chaminha” de uma vela, durante minutos e minutos a fio.
Perguntei ao meu melhor amigo, se ele queria vir comigo e que até podia levar a namorada se quisesse, porque eu não me importava com isso. Só queria mesmo ver o espectáculo de pirotecnia. Combinámos para as vinte e duas horas.
Ao fim do dia, na ida para casa deparei-me com um cartaz, que tinha essa mesma rapariga. Ela estava a deitar fogo da boca, tinha que ser mesmo importante e especial, para ser a figura daquela noite.
Mais uma vez a chama, mas principalmente por poder vê-la pela primeira vez chamou-me atenção. Só vi o seu rosto, algo com que nunca me tinha deparado na vida. Ainda por cima, neste tipo de espectáculos.
Segui para casa e aquele rosto não me saía da cabeça. Era difícil tirá-la de lá por mais que tentasse, ela era como uma chama que se intensificava na minha mente. Cheguei a casa e avisei logo a minha mãe, de que ia sair à noite para ir ver o tal espectáculo. A minha irmã questionou-me se podia ir comigo e que ela levaria uma amiga dela para estarem juntas. Eu concordei, porque não haveria problema nenhum, certamente.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

M - Capítulo Três


Eu segurava entre os dedos a aliança de casamento dela, a aliança que nunca usava durante as aulas mas que todos professores sabiam que ela era casada. Toda gente excepto os alunos, ela não falava sobre a sua vida pessoal, simplesmente refugiava-se entre as paredes de uma sala de aula, na vontade de ensinar. Isso deixava-lhe feliz.
- Porque não a usas?
- Só a uso quando chego a casa, mas meu menino isso não te diz respeito.
Será que o marido lhe batia ou traía? Homens deste tipo são uns cobardes ou uns verdadeiros cabrões, comprometessem a algo que não vão cumprir, ao menos tinham a coragem de serem sinceros e contar a verdade, ou então não serem uns fracos por ferir as suas mulheres. Era assim que eu pensava, suave linha de pensamento que nunca iria alterar para o resto da minha vida.

M - Capítulo Dois


Os meus olhos começaram-se abrir, que é isto? Onde estou? Que sonho mais estranho. Perguntava-me vezes sem conta se terei sonhado, começava a ver um rosto a construir-se diante dos meus olhos.
- Onde é que estamos?
- Na enfermaria da escola.
- Porquê?
- Digamos que desmaiaste, o médico disse que ias ficar bem.
- Desmaiei?
- Sim, mas tive um sonho bastante estranho, eu e a…
- Acredita que foi bastante real.
- …
Ela beija-me bochecha e sussurra-me ao ouvido:
- Vai ter comigo ao meu carro depois das aulas, mas não deixes que ninguém te siga.
- Penso que seja melhor você ir ter comigo lá acima, eu escrevo-lhe as indicações no papel.
- Está bem, és um amor. - Assim foi, terminaram as aulas nesse dia e agora ia a caminho de casa, lá estava ela com o carro estacionado no parque um pouco ao pé da minha casa. Pediu-me para entrar. Sentei no banco ao lado dela.
- Hum, vejo que ainda não reparaste que o que aconteceu foi bastante real, ora repara nos teus boxers.
- Deixa-me só descer as calças.
- Sim, porque temos de acabar o que começámos, mas não aqui.
- Provocadora que tu és, esses olhos, esses lábios, o teu corpo, gostaria que fosses minha para sempre.
- Já aí vamos, primeiro vamos terminar o que começámos, é que certamente não me podes deixar ir embora com esta sede, pois não?
- ...
Ela queria terminar aqui no meio deste parque, dentro do seu carro à vista de todos, contudo a rua encontrava-se vazia, não se via ninguém, só se via as nuvens, as folhas, a passar e a voar. Ouvia-se o som do vento. Amanhã vai chover, pensei eu.
Com uma das mãos estimulava-me os testículos, com a outra tocava-se por cima das calças de ganga, ela não podia as tirar, era um perigo. A sua língua subia e descia o meu “pau”, por vezes, dava-lhe beijos com todo o afecto do mundo, por outras roçava os seus dentes na ponta e eu soltava uma pequena gargalhada. Cócegas, quem é que tem cócegas em tal sítio? Eu sabia bem a resposta à minha pergunta, era eu logicamente.
- Cócegas? És o primeiro que encontro assim. – Sorriu para mim.
Continuou afundar os lábios até me ejacular na sua boca, quando me vim foi uma excelente sensação. Estava satisfeito. Ela levantou-se e engoliu o esperma, encostou-se no banco e descansou um pouco. Por sua vez, eu puxei os boxers, depois as calças, vesti-as e apertei-as com o cinto.
Nesse momento notei em algo brilhante, que estava posto num pequeno espaço por baixo do leitor de cd’s , nesse buraco encontrava-se uma aliança.
- Posso tratar-te por tu?
- Podes, mas só fora da escola, só neste tipo de ocasiões sim?
- Está bem, posso-te fazer uma pergunta delicada Mafalda?
- Sim, não há problema nenhum.
- Gostaste? – Não era esta a pergunta que eu queria fazer mas sentia-me nervoso.
- Temos que continuar, pelo menos até ao fim do ano.
- Fim do ano?
- Tens que aprender a diferenciar os sentimentos dos prazeres.
- Então diz-me o que é isto?
- És suficientemente perspicaz para saber o que isso é.
- Mas és?
- Sou.

sábado, 20 de agosto de 2011

M - Capítulo Um

  Encontrava-me a adormecer na gigante sala de aula: dez minutos após ter entrado. Sentei-me no meu lugar, ao pé da porta, longe do quadro, longe dos meus colegas. Estava demasiado cansado nessa manhã. Tinha passado a noite a acabar de ler um estranho livro, e quanto mais o lia, mais o queria ler. Os livros começavam a fascinar-me cada vez mais, lia pouco mas agora até a minha escrita se tinha tornado compulsiva.
               Ouvi os seus passos a caminhar na minha direcção: aquele andar não enganava ninguém, era único no mundo, pelo menos eu conseguia imaginar o seu belo quadril, perfeitamente anatómico, podia calcular na minha cabeça as suas belas nádegas, estas por sua vez eram mais salientes nas calças de ganga. «Oh! Que bom! Que mulher!»
               Senti o seu aroma e ela chama-me pelo meu nome:
               - Anthony, passa-se alguma coisa?
           - Hmmm?, estava ensonado e os meus olhos mal se tinham aberto, contudo o seu perfume já se encontrava nos meus pulmões:
- «Oh! Que bom era ter-te!», pensei eu.
- Estou bem, passei a noite a ler e agora é isto setôra, disse eu.
- Hoje é melhor fazeres os possíveis para manteres os olhos abertos, vamos começar uma matéria nova e já devias de saber que dormir é lá fora.
Ela só estava a fazer passar-se por rude, uma boa professora. Mas a mim, certamente, não me apetecia ter agora Matemática, fórmulas para aqui, para acolá. Logaritmos, era a última matéria do ano. Lá começámos.
Contudo, eu vidrava o meu olhar na mulher que se mexia, e que explicava todas as fórmulas para todos os cálculos do tal assunto. Os seus lábios pouco grossos, encontravam-se hoje avermelhados pelo bâton, a sua camisola decotada mais o seu soutien realçavam o seu belo peito. «Bons atributos. Para quem só vai um pouco à frente da casa dos quarenta encontra-se numa boa forma.»: pensei eu.
- Anthony, vem ao quadro resolver o problema.
- Setôra, eu… eu… nã… não. Estava distraído, não pode ir outro?
- A dormir não é verdade? Só espero que não se comece a tornar habitual. Eu dou-te uma mãozinha.
Para mim, isso foi o entrar numa fantasia mais perversa, uma mão? Sua? Já sentia o seu imaginável toque. Sentia-me bem, satisfeito. Era por isso que não me queria levantar, de um momento para o outro as calças apresentavam uma grossa e comprida forma. Nada de outro mundo, mas para um rapaz no meio de uma aula, era uma situação delicada levantar-se e caminhar.
Meto a mão entre os boxers, puxo o pénis para cima de maneira a ficar preso nas calças e diminuir o “excessivo” efeito nas calças. Paro de pensar sobre o assunto nos milésimos de segundos que decorreram entre levantar-me e dirigir-me ao quadro, e uma forma de ninguém notar a delicada situação em que me encontrava. Cheguei ao quadro e eu mirei-a pelo canto do olho, o meu coração parecia o motor de um carro que tinha acabado de se ligar, fustigava sangue em todas as direcções, o suor começava a escorrer e o meu pensamento afundava-se nela.
- Anthony, tens aí uma coisa mal…
Uma coisa mal? Meu deus, ela como é que ela reparou?
- … no exercício.
Suspirei eu e todos os meus músculos, que alívio.
- Sim, já reparei, vou corrigir imediatamente.
- No fim da aula preciso de falar consigo.
O nervosismo acentuou-se, e eu encontrava-me num estado de timidez absoluta: o que ela queria falar comigo? Ela nada tinha visto, pensava eu. O óleo do meu corpo tinha subido à superfície, estava totalmente vermelho.
Deu o toque, levantei-me e arrumei as coisas, queria era fugir dali: só que o sono, a porcaria do sono fez com que eu adormecesse acordado por uns breves momentos, quando me ia embora, ouvi uma voz dizer:
- Fecha a porta, se faz favor.
Era a sua voz doce, vindos dos seus lábios amorangados. Ela disse-me ainda que eu não podia adormecer mais nas aulas e que devia de me empenhar mais, ao qual eu respondi:
- Sabe bem que eu tento, que mais vale tentar do que desistir, mas hoje estava assim.
- Vou-te indicar um bom livro de exercícios para poderes praticar em casa, pode ser?
Eu encontrava-me de pé, ao lado da sua secretária. Dali eu podia ver o decote, os seus óptimos seios, os seus intensos lábios vermelhos, o mais bonito castanho dos seus olhos. Uma mulher, tal e qual como eu gostaria de ter. Mas maior parte das raparigas de hoje, apresentam uma beleza que não lhes pertence, são um conjunto excessivo de cremes, pinturas. Perante esta bela mulher, eu podia ver a diferença do que era bom e único do que seria sempre igual.
A minha mão caminhava na direcção da dela, devagar, devagarinho. Até que…

sábado, 13 de agosto de 2011

Laura

Procuro o rasgar das palavras em busca dos teus lábios, as mãos paradas de encontro ao teu corpo, o cruzamento perpétuo de olhares, a aceleração dos nossos movimentos, do batimento cardíaco, da respiração. Mas não, encontro-me aqui a olhar para ti no meu rico “puff” a ver-te dormir, a rasgar folhas cheia de erros, vírgulas a mais, pontos finais a menos, falas por acabar, histórias a perder o sentido, tudo para não deixar a imaginação a fugir.
Imagino-me a encostar-te à parede, virar-te de costas, subir as minhas mãos até às tuas mamas, beijando e sussurrando ao teu ouvido, no processo mordo-te ao pouco o pescoço, depois ferro os teus nele como tu gostas, gemes e gemes.
Violentamente reviro-te, enquanto esses olhos azul do mar se perdem sobre os meus amargos castanhos. Rompo a tua t-shirt e contemplo o teu superior nu, como nunca o vira, os teus seios entesados, pedem para que os beije e que te observe excitada.
A minha mente encontra-se num estado de corrupção inimaginável, o lápis desliza sobre o papel e só por si já faz escorrer tinta, uma página cheia torna-se em duas rapidamente, o sangue flui, o suor escorre…
Levanto-me e digo-lhe:
-Agora...
Ela ataca-me sem nada dizer: entrelaçando a língua na minha boca, trincando-me os lábios, retirando-me a camisola e com uma mão fez correr as unhas nas minhas costas, que dor num momento de prazer, com a outra ela desceu até às minhas calças, desapertando-as, tirando o cinto, cada vez mais próxima aquela mão, e eu…
Estava cada vez mais teso. Aquela rapariga: rebelde, de cabelo castanho, com maçãs do rosto suaves, com um sorriso lindo e uns olhos especiais, cativaram-me e eu não sabia a razão, simplesmente penetraram-me atenção e eu segui o seu aroma, até que me dei de caras com ela. Agora encontrávamo-nos a sós, no meu quarto, ela sobre a minha cama a dormir e eu louco por ela.
 O calor, o momento, a excitação, o prazer, os beijos, as carícias, tudo isso iria culminar em sexo, já não havia forma de parar por mais que quisesse, ela queria-me com todo o desejo e eu só fui de encontro ao que ela desejava.
Fez descer as minhas calças, meteu a mão esquerda entre os meus boxers e puxou a pele devagar, devagar, de momento a momento foi apertando com um pouco mais de força, até estar quase perfeito, perfeito para ela baixar-se, deslizar os lábios já espalhados pelo meu corpo até ao meu pénis. Lá ia ela lentamente… Sabia bem, o movimento da sua boca para a frente e para trás, por vezes calmamente de forma a sentir a sua língua tocar na cabeça e sentir aquele prazer todo, por outras ferozmente para me deixar louco de excitação.
Ela sabia muito bem o que estava a fazer, ela sabia para o que me queria. Acordei no dia a seguir, encontrava-me deitado na cama e ela já tinha partido, o quarto estava uma bagunça total, garrafas de vodka por todo o lado, a caixa de cigarros em cima da secretária, as folhas rasgadas por todo o quarto, e eu nu a pensar: “Desde que tinha tocado nos teus lábios Laura, sempre soube que tinhas sido mal amada, tal como eu.”

terça-feira, 12 de julho de 2011

+ 18 lyrics

Com este blogue, pretendo corromper as minhas palavras, com perversidade e sexualidade. De forma a fugir a sentimentos, a compromissos e a contos de fadas.

«Inquietos são os teus lábios mal amados no meu pénis.»